terça-feira, fevereiro 10, 2009

Opiniões

Um assunto prometido há um tempo era as conversas que eu já tive com amigos fumantes sobre parar de fumar.

Vamos combinar: nenhum fumante minimamente consciente fuma anos a fio porque quer - ele fuma porque não consegue parar. É impossível não perceber nos fumantes uma pontinha de inveja sobre quem já conseguiu parar (ou, pelo menos, dar o primeiro passo).

Há aqueles (como Met - um grande amigo meu, de quem já falei - ou Gly, uma amiga que trabalhou comigo) que simplesmente não conseguem se ver sem fumar. Em conversas passadas sobre minha vontade de parar, quando eu ainda fumava, Gly me disse com todas as letras que quer fumar até morrer, que não quer ter que parar, que se um médico lhe recomendar isto ela não vai largar, etc. Encaro essa postura como um medo sem tamanho de perder a sua bengala. Gly não fuma como Met, fuma muito menos, cerca de 1 maço de Free a cada 3 dias. Met, por sua vez, não consegue nem falar em parar: está fumando cerca de 3 maços de Marlboro por dia. Encaro a postura de Met, infelizmente, como a espera pelo diagnóstico: ele fuma tanto que acha que já se encontra em um caminho sem volta - então, pra que pensar em parar? Estes dois exemplos ilustram fumantes em cujas cabeças não é martelado diariamente o pensamento: "tenho que parar de fumar". Ao menos não compartilham este pensamento - chegando mesmo a refutá-lo.

Há aqueles que, por outro lado, consideram um pouco mais seriamente o assunto e fazem perguntas sobre a sua estratégia de "sucesso". Lui disse-me em uma mesa de bar enfumaçada que seguirá este caminho. Ele já está naquela etapa da reunião de argumentos decisivos para encarar a sua batalha mental, a batalha da abstinência: a batalha de conseguir dizer não quando o cigarro está tão perto, logo ali, um cigarrinho só. Asp me perguntou como eu estava sem fumar e disse que tinha conseguido ficar 1 mês sem fumar, mas voltou depois. Caiu naquele erro de achar que é mais fácil do que parece e baixou a guarda... Com a guarda baixa, amigo, a coisa complica. NÃO é fácil NÃO.

Outro grande amigo meu, aquele que esqueceu o maço de Carlton na minha casa com um único cigarrinho dentro, empurra esta questão para o futuro. É aquela velha mentira de que "eu tenho ainda muito tempo para pensar em parar de fumar"... não é não?

Z é fumante há muito menos tempo, apesar de seus 30 e poucos anos: começou depois de adulto, já tinha bem uns 28 anos. Quando me perguntou sobre o cigarro, disse que ainda não tem o pensamento de "preciso parar de fumar", mas que tem certeza de que um dia terá. Eu concordei, com a opinião de que vai chegar a hora que o cigarro vencerá, não terá mais o mesmo sentido, e você só vai querer se livrar dele (quando já será bem mais difícil)...

Ontem estive na Livraria da Travessa procurando o livro "O método fácil de parar de fumar", ou algo parecido. Não tinha. O cara me perguntou: para quem é? Eu disse que para mim, ao que ele emendou: por que isso, cara? Tá querendo parar? Eu disse que já tinha parado há quase 7 meses. E o cara finalmente pergunta: não quer um cigarrinho?!? O que dizer para um sujeito desses? Pensando depois, já no ônibus, deveria ter aceitado e dito: por que você não enfia no rabo? Que coisa mais sem noção!

Enfim, estágios e opiniões dos mais diversos!

Mudando de assunto, aproxima-se a marca de 7 meses!!! E aproveito o post para felicitar meu amigo Beto antecipadamente: parabéns pelo primeiro ano sem cigarro!!! Parabéns e muito obrigado pela força!

Abs K

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