quinta-feira, julho 31, 2008

15 dias

Completei 15 dias sem fumar. Não posso dizer que está sendo fácil. Já são quase 20 maços de Marlboro Lights não fumados!

Talvez seja hora para um breve balanço do que já aconteceu... Acho que nos dois (ou três) primeiros dias, fiquei irritadiço, impaciente. Confesso que fiquei com dúvidas e chorei, amedrontado com a possibilidade de não ser forte o suficiente e fracassar mais uma vez. É muita pressão! Tive um pouco de tremedeira na perna e dificuldade de manter a respiração em alguns momentos. Mas foi passageiro, após me concentrar um pouco e respirar profundamente, melhorei.

Depois disso, já vivenciei diversas ocasiões em que eu normalmente fumaria muitos cigarros. Churrasco, mesa de bar, jogo de futebol, tomar vinho em casa. Considero uma coisa boa não ter abolido estas práticas (ainda que momentaneamente). Acho que seria pior encará-las posteriormente, portanto eu poderia dizer que estou preparado para elas.

A vontade de fumar é uma coisa que me persegue. Na rua, no carro, em casa. Principalmente em casa. Na segunda-feira fui assistir ao filme Nome Próprio. Caramba, Leandra Leal & Cia fumam durante o filme inteiro! Ela fuma tal qual Jean-Paul Belmondo em "Acossado". Há tempos não me lembrava de ver tanto cigarro no cinema! Mais uma coisa que contribui para as vontades de encontrar com "ele"...

Concordo com alguém que disse que o ócio é o grande obstáculo para o sucesso em parar de fumar. Por outro lado, enfrentar o ócio pode nos tornar mais fortes e decididos. Considero que existem três grandes desafios no momento para mim: 1) não fumar nem unzinho; 2) pensar menos em fumar unzinho; 3) dissociar mentalmente ações corriqueiras (dirigir, esperar um ônibus, tomar um café) do hábito de fumar. O que ainda me prende é a idéia de que um cigarrinho pode ser bom. Sim, pode ser bom, mas NUNCA é só um cigarrinho.

Sobre o que você disse, Will: puxa, sinto-me feliz por contribuir de alguma forma com a sua decisão. É difícil, não é de uma hora para outra que se assume uma outra postura. Como eu disse, faz-se necessária uma árdua e meticulosa batalha mental! No meu primeiro dia sem cigarro, encontrei na internet os blogs dos BCTs. Nossa, foi um alívio!! Os relatos são muito reconfortantes e te fazem ver que sim, há vida, há esperança, há felicidade depois da abstinência. É claro que nós sabemos disso, mas a falta do cigarro (fissura) torna estes pensamentos mais distantes. Eu acho que o blog é uma ferramenta muito útil e sincera nessa empreitada. Para mim, tem sido fundamental como um incentivo, um algo mais para me dar forças. Na minha opinião particular, acho que acordar e não fumar é mais fácil do que parar de uma hora para outra no meio de um dia em que você já fumou. Então, Will, muita força de vontade e coragem para começar!!!

Beto: Caramba, não é que você tinha razão? O xadrez mental (nível grandes mestres) continua! Gostei da brincadeira dos bispos escondidos, torres à espreita e damas propagandeando cigarros por aí... É mais ou menos isso mesmo. O xadrez é realmente incrível e permite analogias perfeitas em muitos aspectos da vida.

Claudio: Seja bem-vindo! Logo você, que já não fuma há quase dois anos e meio! Minha nossa, eu quero muito chegar lá (aí).

Mary: Seja bem-vinda! Parabéns pelo blog, é muito inspirador. Esse jeito de falar "dele", super característico seu, é muito divertido e apropriado. Ô praga!

Vinho: Apareça sempre! Serei sempre agradecido pela força!

Abs

quarta-feira, julho 30, 2008

Duas semanas

Duas semanas. Passei da primeira!!!!

Continua não sendo nada fácil largar "dele", como diz a Mary. Darei dois exemplos: ainda há pouco eu terminei de almoçar e precisava andar cerca de 5 minutos de volta ao trabalho. Tão logo pus-me a caminhar, dois fumantes saíram de um prédio e acenderam seus cigarros com longos tragos. Confesso que segui aqueles cigarros e pensei (mais uma vez) em quão bom seria comprar um avulso ali na banca e fumar. O outro exemplo ocorre na minha casa, à noite. Como faz falta um cigarro! Nesta frase está um dos mais duros reflexos da minha luta: faz falta só na minha cabeça! Meu corpo não precisa dele, ou melhor, ele prejudica o meu corpo, e muito! Então, foco lá na frente, nada de cigarros, nada de cigarros!

Mais duas semanas e eu estarei sem fumar há quase 1 mês. Até lá, o dilema continua sendo diário e os peões seguem avançando lentamente, para um dia, quem sabe, subtraírem algum peão inimigo en passant, antes de chegarem do outro lado, preparando o xeque-mate.

segunda-feira, julho 28, 2008

Uma dúzia de dias (ou Por que quero parar de fumar?)

12 dias completos e mais algumas horas - cerca de 15 maços de cigarros não fumados.

Passei por mais três grandes provas no final de semana: sexta à noite, depois de um churrasco; sábado à noite, em uma festa de aniversário; e domingo à tarde, durante um jogo de futebol assistido com amigos fumantes. Vontade de fumar? Muuuuiiitaaaaaaaaa! Em vários momentos imaginei a tragada e a fumaça, elas estavam logo ali, na minha frente. Confesso que desanimei um pouco ao perceber (ou melhor, ao ter certeza) que esta vontade e estes pensamentos permanecerão comigo por muito tempo ainda. Vai demorar muito para encarar um cigarro e não ter vontade de tragá-lo, se é que isso vai realmente acontecer algum dia. Por outro lado, é bom resistir nesses momentos, chegar em casa sem ter fumado, acordar sabendo que passou mais um dia sem cigarros. Esta é a parte reconfortante.

Estes pensamentos e "viagens" da cabeça são partes fundamentais do processo descrito por outros e vivenciado duramente por mim: parar de fumar é de fato uma luta de você contra você mesmo. De um lado está você, fumante, que se lembra vivamente daquele maço de cigarro novo, cheio, daquela tragada boa, de soltar a fumaça, da companhia que o cigarro te faz em vários momentos e, principalmente, de como seria bom fumar um cigarrinho agora. Do outro lado está você, (futuro) ex-fumante, que, após meticulosa e árdua batalha mental, reuniu argumentos concretos e decisivos que te fizeram bancar esta empreitada.

Considero oportuno o momento para uma exposição dos motivos racionais que me fizeram tomar esta desaventurada decisão. Por que quero parar de fumar? Comecemos com um texto retirado da internet (não me lembro de onde, acho que era um site português), bastante pertinente para a questão: "Todos sabemos que fumar causa elevada dependência em virtude de uma série de compostos que vão viciar o organismo. Dizem os estudiosos e cientistas que num cigarro estão presentes 4.000 substâncias, das quais 40 têm características cancerígenas. Ao acender o cigarro com o isqueiro, tenha em conta que o fez utilizando gás butano. Depois de aspirado e no trajeto entre a boca e os pulmões o fumo transporta metropeno (inseticida), benzeno (solvente químico), monóxido de carbono, cianeto de hidrogênio, nitrosamina, polônio (um dos componentes do lixo nuclear), amônio, cádmio (usado nas baterias dos carros), acetona, terebintina (diluente de tinta), naftalina, fósforo (usado em veneno dos ratos) e até formaldeído (composto utilizado para conservar cadáveres). Estes são alguns dos produtos considerados extremamente perigosos".

Bom, então a primeira questão é: eu tenho consciência plena de que, em cada cigarro fumado, há substâncias químicas perigosas para minha saúde. Como consequências do tabagismo e das diversas substâncias nocivas encontradas nos cigarros, alguns danos ao meu corpo poderão porventura acontecer, entre eles: câncer (em vários lugares, como pulmão, boca, garganta, pâncreas, bexiga, etc); enfisema pulmonar; deficiências circulatórias, que poderão desencadear quadros de infarto, AVC e impotência sexual, por exemplo.

Fiquemos com estas perspectivas sombrias apenas, e falemos agora do que já acontece com o meu corpo. Eu gosto de praticar esportes, principalmente jogar futebol, nadar e correr (nesta ordem). Percebi minha capacidade e condicionamento físicos diminuírem gradativamente ao longo dos anos. Ao mesmo tempo, como cada vez "aguentava" menos exercícios, além de ter cada vez menos tempo e disposição, fui engordando gradativamente. Eu sou o que poderíamos chamar de gordinho: nem gordo, nem magro. Para mim esta é uma das nuances mais animadoras de parar de fumar: tenho certeza que, com isso, vou ter mais disposição e vontade de praticar esportes e, a longo prazo, vou acabar perdendo peso e ficando mais em forma.

Uma outra questão diz respeito ao cheiro do fumante. Eu fedia - e sabia disso. Minha casa, minhas roupas, meu carro, minhas mãos, enfim, nada escapava incólume da fumaça. Ainda mais um motivo é que há cada vez menos fumantes, e cada vez menos tolerância com eles. Isto muitas vezes funcionou como um incentivo para eu fumar mais um cigarro - para deixar claro que eu não era submisso aos brados propagandistas de que fumar, agora, não era mais legal. Era como o Donald Rumsfeld aparecendo uma hora em conversa animada com o Saddam Hussein, e outra hora lançando bombas sobre Bagdá (o problema é que, nesse caso, EU era o Saddam!). Voltando ao assunto, o último aspecto é o do convívio social. Entre fumantes (e, reconheçamos, entre alguns não-fumantes também), existe uma grande tolerância. Lembro-me de uma viagem para Florianópolis em que eu e um amigo ficamos hospedados na casa de um casal, todos os quatro fumantes de Marlborão. Minha nossa, acho que nunca fumamos tanto! Juntos, até os olhos arderem!!!

Mas a verdade é que situações como esta são exceções atualmente. Há cada vez menos fumantes e cada vez menos não-fumantes dispostos a nos tolerar! Adotamos então diversas estratégias: fumar nos fumódromos sujos, sair dos bares para fumar um cigarro na rua e voltar (repetindo esta atitude umas 10 vezes em uma noitada), sair do aeroporto para fumar um cigarro (carregando a bagagem), querer ir embora de alguns lugares porque não se pode fumar nele, abreviar visitas (!) a parentes ou amigos radicais porque não se pode fumar (e acender um cigarrinho assim que sair de lá, ou entrar no carro). Em suma, retratos da dependência. Da carência. E da falta de perspectiva de assumir uma outra postura frente ao cigarro.

É a isto que me proponho nesse momento: mudar minha postura. Eu quero parar de fumar! E pretendo conseguir. Para isso, não posso esquecer os motivos que me fizeram chegar até aqui. Tampouco esquecer o que me fez ter insucessos em outras ocasiões. Mas isto será motivo para um outro post.

Vinho, Ferro e Beto: é foda, mas estamos aí! Admiro vocês pela persistência e pelo sucesso. Eu sei muito bem pelo que já passaram (e vocês sabem muito bem o que eu passo...). Parabéns para os três e obrigado pela força! Visitarei o site do Ferro, Beto. Força nesse começo é o que eu (e acho que todos no mesmo estágio) mais preciso. Meu "xadrez mental" está atingindo níveis de grandes mestres em apenas 12 dias!!!

Abs

sábado, julho 26, 2008

Dois dígitos

10 dias sem fumar! Primeira grande marca pessoal alcançada.

sexta-feira, julho 25, 2008

Nove dias

Nove dias. Ontem foi tranquilo, acho que foi o dia que menos senti falta do cigarro. Não bebi álcool, dormi cedo e muito bem. 1h da manhã eu chego aos dois dígitos!

quinta-feira, julho 24, 2008

Oito dias

Estou já no nono dia sem cigarro. Pouco mais de 10 maços de Marlboro Lights já deixaram de ser fumados. Durante o dia está sendo mais tranquilo do que de noite, que é quando eu fumava mais, especialmente se ficasse sozinho em casa.

Ontem passei pela maior prova de fogo até o momento. Fiquei tomando uns chopes com a Lys até por volta de 21h15, quando saí do bar para ir até a casa de um amigo ver um jogo de futebol. Pouco antes disso, este amigo ligou pedindo-me para levar um maço de Marlboro Lights pra ele (ele ainda não sabia que eu tinha parado, embora acho que teria pedido mesmo que soubesse). Beleza, comprei o cigarro (!!) e fui para lá. E lá assisti ao jogo ao lado de dois fumantes, tomando cervejas! A vontade veio forte e passou, eu me segurei. E, mais uma vez, voltei para casa feliz por ter conseguido resistir. Seria bom dar uma tragada, sentir o cigarro. Mas o que eu já alcancei (que eu sei que realmente foi difícil) é melhor do que qualquer consumo de nicotina. Não reclamei da fumaça, nem tive problemas.

É isso aí, rumo aos dois dígitos! (hehehe - a marca de 10 dias está próxima).

quarta-feira, julho 23, 2008

Primeira semana

1 semana sem fumar! Completei 7 dias de abstinência, coisa que não conseguia há muito tempo. Não fumei nada durante esses dias! Estou feliz e creio que as coisas tendem a melhorar. A fissura bate e vai embora.

Hoje é o primeiro dia que não estou com chiclete ou balas por perto. Ainda não comecei a soltar aquele "catarro" pigarrento, com placas pretas, característico de quando se pára de fumar. Porém, de vez em quando, rola uma tosse forte e sai um pouco de sujeira. Estou sentindo melhoras no olfato e paladar, mas nada muito drástico ainda. Agora é continuar pensando em um dia de cada vez, sem pressa. Depois de 12 anos, estou realmente convicto de que não preciso do cigarro!

Vinho: valeu pelos comentários e pela força! Estamos juntos aí na luta. Parabéns aí pelos 300 dias!!!

Beto: obrigado pela força! Tamos aí.
Abs

terça-feira, julho 22, 2008

Drops

Compilação de trechos interessantes de textos encontrados na internet e em blogs de colegas dos BCTs. Trata sobre a abstinência e os dilemas de fumar ou não fumar... E também sobre algumas coisas boas de parar de vez com o vício. Estes trechos são importantes para mim porque me fazem reafirmar a minha decisão de parar. É sempre útil reler!

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Dos sintomas da síndrome de abstinência: O organismo volta a funcionar normalmente sem a presença de substâncias tóxicas e alguns fumantes podem apresentar (varia de fumante para fumante) sintomas de abstinência como fissura (vontade intensa de fumar) dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, alteração do sono, tosse, indisposição gástrica e outros. Esses sintomas, quando se manifestam, duram de 1 a 2 semanas.

Lembrar sempre que "um cigarro nunca é suficiente"; e que "é mais fácil ficar sem nenhum do que com apenas um".

Vencer esta primeira semana é o mais difícil de todo o processo!

É um divisor de águas entre a possibilidade de pegar um cigarro, acender e mandar tudo prá PQP, ou continuar na árdua e ingrata luta contra o vício, de certa forma mais ameno, mas tão ou mais perigoso que o primeiro dia de abstinência. É uma luta de você contra você mesmo!!

O problema de parar de fumar é que você briga com você mesmo o tempo inteiro. Seu cérebro querendo mais nicotina e você nem um pouco disposto a ceder aos caprichos cerebrais. Parece que mesmo que eu me distraia com qualquer coisa, meu cérebro se mantém vigilante e me lembra a todo instante que ele gostaria muito de um cigarro, inclusive nos sonhos!

A sensação de prazer é muito relativa e traiçoeira. Fumar durante um momento alegre traz prazer sim. Geralmente, passamos a fumar justamente em situações prazerosas, e passamos a associar o cigarro a prazer. Depois de viciado, passamos a fumar mecanicamente e a sensação de prazer praticamente some. E é aí que o cigarro lhe trai: a nicotina, que antes lhe dava prazer, passa a causar dependência e exige que você fume em períodos cada vez mais curtos. E aí você percebe que o cigarro deixou de lhe fornecer prazer para lhe trazer problemas.

Não quero esperar alguma coisa grave para tomar uma atitude paliativa.

Parece que nós só acreditamos que o cigarro nos faz mal quando ele realmente nos faz mal. E não adianta nos enganarmos, pois sabemos das consequências do fumo em nossa saúde e não tomamos nenhuma atitude para mudar o rumo da vida. A verdade é clara: ou você pára de fumar para sempre, ou você sempre correrá o risco. E é quase certo que você viverá menos do que se não tivesse o hábito de fumar.

Eu não admitia, mas quem fuma é por insegurança pura. E hoje eu tenho consciência disso. Esteja certo: você vai se arrepender de não ter parado antes.

O único prazer que encontrava estava no fato de aliviar o desprazer que a abstinência de determinado período me causava, ou seja, o prazer encontrado era o próprio desprazer que a falta do cigarro proporcionava.

A dor ou o prazer do presente sempre serão mais intensos que os do futuro. E assim o tempo prega peças na razão, a ponto de a gente admitir a possibilidade de uma grande dor amanhã só para poder ter a certeza de um pequeno prazer hoje. Nesse paradoxo se esconde o desafio essencial de parar de fumar.

Vou poder ir à casa de qualquer pessoa SEM FICAR LOUCO DE VONTADE DE IR EMBORA PARA FUMAR UM CIGARRINHO!

A lógica de um fumante em abstinência não é previsível, bem como seu humor. Alterna de euforia plena para melancolia profunda em poucos minutos, tudo muda em função do pensamento recorrente sobre a vontade de fumar novamente.

Sexto dia

Completei o sexto dia. Agora estou prestes a fechar a primeira semana!!! Ontem tomei vinho com a Lys pela primeira vez... Foi novamente difícil resistir ao cigarro. Por outro lado, foi bom acordar e ver que eu não tinha fumado! Coisa louca.
Vinho, valeu pela força! Tamos aí.

segunda-feira, julho 21, 2008

Quinto e sexto dias

Estou já no sexto dia sem fumar (faltam ainda 12 horas).
Ontem foi tranquilo até depois do almoço. Quando cheguei em casa (foi o primeiro domingo sem cigarro), bateu aquela vontade de fumar, foi duro resistir. Creio que se não tivesse "matado" os cigarros antes de parar, haveria fatalmente acendido um. Porém, depois que a vontade passou (seja comendo, mascando chiclete, dormindo), senti-me bem e feliz comigo mesmo por não ter cometido o erro.
Hoje é segunda-feira, não saí muito do escritório. Ainda não consegui voltar completamente à rotina que fazia com o cigarro. Contudo, mais cedo ou mais tarde isto vai acontecer e eu tenho que estar preparado para encarar.

domingo, julho 20, 2008

Quarto dia

Primeiras estatísticas: pouco menos de 15 reais poupados, quase 100 cigarros que não foram fumados. Com 15 reais dava, vejamos, pra ir de Campinas até São Paulo (será que ainda dá?), para comprar um DVD, para tomar 5 cervejas e comer 1 queijo na praia de Ipanema.

Hoje deu uma vontade grande de fumar... fissuuuraa!! Fui em um churrasco e tomei umas 3 latinhas. Não havia fumantes na área. Ainda não comecei a soltar muito pigarro.

Acho que o primeiro mês sem é crucial. Tenho que escrever os posts: por que vou parar de fumar; coisas sobre fumar que não posso esquecer; relações dos tipos quanto aos fumantes; como vai ser depois? escrevo para não esquecer.....

sábado, julho 19, 2008

Novos amigos

Adicionei hoje os links para alguns blogs que tenho visitado e que fazem parte dos BCTs, tão comentados. Pois bem, tornei-me um, creio eu. Sejam bem-vindos, amigos. Não os conheço, mas tenho certeza que encontrarei amigos entre vocês. E tenham certeza que, de mim, receberão apoio e amizade. Afinal, mesmo sem conhecer ninguém, eu já encontrei isso lendo seus blogs. Desde já, eu agradeço. Não sei se vocês saberão que eu incluí seus links. Caso eu não veja resposta, tentarei avisá-los por meio de seus próprios blogs. Abs, K.

Terceiro dia

Não foi tão ruim quanto esperava. Mal saí de minha mesa durante o dia, é verdade. Não almocei nem hoje, nem ontem. Tenho medo de visualizar a rotina! Mas estou me alimentando (mal), só que em outros horários. Tenho mascado muito Trident de canela, chupado pastilhas Valda e Tic Tac laranja! Mas estou mais calmo e não experimentei nenhum outro sintoma além de um pouco de ansiedade e irritação. No trabalho, tenho ficado com um fone de ouvido ao longo do dia inteiro, escutando exclusivamente música clássica. Pedi desculpas - e licenças - aos colegas, que compreenderam. Joguei futebol pela primeira vez e já senti uma diferença no fôlego. Não sei se corri mais porque sabia que não tinha fumado, ou se já foi um efeito de ter "parado".

Na quinta e na sexta bebi cervejas durante a noite. Na quinta, na casa do meu irmão, e na sexta em um bar-restaurante. Pela primeira vez, fumantes soltaram suas fumaças do meu lado. Não foi difícil de resistir, tampouco fiquei incomodado. Mas, se bem me lembro das outras vezes que parei, mais cedo ou mais tarde a fumaça vai me incomodar, sim.

sexta-feira, julho 18, 2008

Breve histórico

Hoje é o terceiro dia sem fumar. Meu fumômetro indica que já deixei de fumar 3 maços de Marlboro Lights: uma pequena, porém importante, marca para mim. Durante muito tempo, fumei mecanicamente em diversas situações (OBS: Note que estou usando o pretérito perfeito por pura conveniência pessoal. Não considero que esta realidade está apagada, ou será apagada, tão cedo do meu corpo). Acordava e acendia um cigarro, quase que um ato reflexo. Às vezes isto não acontecia, ora porque meus cigarros tinham acabado na noite anterior, ora porque eu simplesmente evitava fumar (por exemplo, quando acordava junto com a minha namorada, que chamarei de Lys, eu só acendia o primeiro cigarro depois de tomar o primeiro gole de café preto. Só que eu passava esse café o mais rápido possível...). Pois é, do primeiro para frente, os cigarros sucediam-se de modo mecânico entre meus dedos. Minha trajetória tabagista ocorreu nas três cidades em que eu morei: Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, nessa ordem.

Em Campinas, fumei durante a faculdade (graduação e mestrado). Foram 6 anos fumando, salvo um breve período de 5 meses. Fumava entre as aulas. Fumava entre os experimentos: eu descia para o instituto com um cronômetro piscando quantos minutos eu ainda tinha para fumar antes de voltar para o laboratório. Tinha vários colegas fumantes nesse grupo, na real, éramos mais fumantes do que não-fumantes, o que é um paradoxo, considerando se tratar de um laboratório de biologia molecular. Fumava depois do laboratório (cervejinha pós-expediente) e fumava muito em casa também. Quando eu viajava para o Rio, onde moram meus pais e irmãos, era diferente. Nunca fumei na frente dos meus pais (salvo uma ou outra "surpresa"), portanto eu simplesmente não fumava enquanto estivesse com eles. É estranho pensar nisso, ainda mais nesse período de abstinência. Quando isso acontecia, eu não lembrava muito do cigarro e a fissura não era muito pesada. Mas, quando saía de casa, comprava meu maço de pronto e curtia mais uma noite de fumaça. Nesses tempo vividos em Campinas, tive pelas primeiras vezes falta de ar quando dormia. Às vezes, após fumar muito durante um dia e noite, acordava com dispnéia, dificuldade de respirar. Tinha que dormir de bruços ou de lado, pois de barriga para cima era difícil.

Em São Paulo, para onde fui para fazer doutorado, foram mais 3 anos e meio de fumante. Morei com um amigo que fumava cigarro de cravo, como já disse. Às vezes eu filava uns tragos dos cigarros dele. Mas continuava fumando muito meu Marlboro Lights. No meu novo grupo de laboratório, tinha apenas uma colega fumante, mas quase sempre arrastávamos um outro pequeno grupo para nos acompanhar nas baforadas, para conversar. Nesses tempos, namorei uma mulher fumante. Era incrível como fumávamos juntos. Um arrastando o outro para mais um cigarro. Eventualmente, nos brindávamos com o famoso maço de Marlborão vermelho. Comprávamos meu Marlboro Lights, o LM dela e um Marlborão. Pode um troço desses? Durante todo esse tempo, em poucos dias fumei menos do que 15 cigarros. Experimentei também em São Paulo algumas crises para dormir. Tinha falta de ar em algumas noites, não tenho dúvidas que decorrentes do cigarro. Trabalhei um tempo com coletas de dados experimentais muito demoradas, de hora em hora por até 48 horas. Os intervalos eram invariavelmente aproveitados com cigarros e mais cigarros, "enquanto dá tempo pra mais um"...

Depois que voltei a morar no Rio, fiquei na casa dos meus pais por 5 meses. Nesse período, fumei cerca de 7 cigarros por dia, que era o mínimo que eu conseguia: um antes do trabalho, um no intervalo da manhã, um antes do almoço, um depois do almoço, um no meio da tarde, um antes de voltar para casa e um de noite. Moro sozinho desde janeiro de 2007 e uma das razões que contribuiu para isso foi, sem dúvida, poder fumar meu cigarrinho em paz. Ano passado eu tive uma tese de doutorado para escrever, penso que sem cigarro, naquele momento, seria simplesmente impossível. Agora estou em um bom momento e acho que a tentativa tem futuro e tudo para dar certo. Assim seja!

quinta-feira, julho 17, 2008

Nicotina

Nicotina é um alcalóide (substância orgânica nitrogenada existente nas plantas e em alguns fungos), encontrado nas folhas do tabaco (Nicotiana tabacum), planta originária das Américas. Absorvida por via oral ou pulmonar, chega ao cérebro em segundos e depois, dissolvida no sangue, vai sendo excretada rapidamente. Quando os neurônios percebem que ela está escapando dos receptores, provocam um grau de ansiedade que só quem foi fumante sabe o que representa. É a crise de abstinência. Entre as mais de 4.700 substâncias nocivas presentes no cigarro, a nicotina é a responsável pela dependência, que é maior do que a de drogas como a cocaína e a heroína. As primeiras tragadas que o indivíduo dá na vida, em geral, são acompanhadas de tontura, enjôo, mal-estar. Depois, trazem sensação de prazer fugidio e, em curto espaço de tempo, alterações de humor causadas pela privação da droga. Assim, cigarro após cigarro, o organismo do fumante e do não-fumante que convive no mesmo ambiente vai sendo minado e a saúde dos dois seriamente comprometida.

A nicotina faz aumentar no cérebro os níveis de dopamina, um neurotransmissor que dá a sensação de bem-estar. Portanto, pense como Neo em Matrix: THERE'S NO SPOON, YOU HAVE TO FREE YOUR MIND.

OBS: Tirando a última frase, o resto é do Drauzio Varella.

Fissura

Nessas primeiras horas de abstinência, estou encontrando muito conforto na leitura de posts antigos de blogs de outros ex-fumantes (ou futuros ex-fumantes), como Cigarro e Silêncio, Tabagista Anônimo e Vinho sem cigarro. São alguns dos que eu encontrei até agora. Vocês não sabem como são úteis os relatos, como você se lembra deles quando bate a fissura. Ontem foi tecnicamente o primeiro dia sem cigarro. Fumei meio Free no final da tarde e disse para mim mesmo que não me permitirei mais semelhante deslize (eu comprava Free quando não encontrava Marlboro Lights). Narrei abaixo duas tentativas de parada anteriores, mas houve outras ocasiões (tal como narrado pelo Tabac nos seus primeiros posts) de abstinência momentânea (não sair para comprar mais cigarro, ou ir para algum lugar onde não haveria como comprar - tipo acampar no Cachadaço na Ilha Grande). Essas outras ocasiões me fizeram ver que realmente as primeiras 72 horas são cruéis. Ontem cheguei a ter tremedeira na perna e dispnéia. Acalmei-me dando respiradas profundas e caminhando um pouco pela sala de meu apartamento. Permanecer no seu ambiente de fumante, pelo menos nesse primeiro dia, é muito difícil. Toda hora vem a fissura. Tive sorte e regozijo quando minha namorada chegou em casa, lá pelas 23hs. Ela não é fumante e contribuiu muito com carinho e cafuné. Ajudou-me a não pensar no cigarro, que é o grande desafio das primeiras horas.

Segundo dia

Estava fumando cerca de 25 cigarros Marlboro Lights por dia. Comecei com 18 anos, no meu primeiro ano de faculdade em Campinas. Antes disso, apenas tragadas esporádicas, conforme terei oportunidade de relatar ao longo do tempo. Tentei parar por duas vezes, antes desta que está sendo tornada pública através do blog. Na primeira vez, eu fumava há cerca de 4 anos e consegui parar por 5 meses. Foi uma época em que fiz muito exercício, comprei uma bicicleta com a qual ia para faculdade diariamente. Tudo ruiu quando quebrei o dedo mínimo do pé esquerdo e tive que ficar uns 2 meses sem jogar bola. Junto com isso, participei de uma noite de "fossa" de um grande amigo meu (fumante), que havia sido chutado pela namorada. Ele fumava um atrás do outro na minha frente e eu não resisti. Fumei naquela noite e no outro dia já comprava - e fumava - um maço. Marlboro vermelho. Fiquei muito tempo com o famoso Marlborão, só passei para o Lights quando já morava em São Paulo. Um amigo meu que fumava Free perguntou-me uma vez: por que você não passa pelo menos para o filtro branco? Acabei mudando e gostei também. Foi em São Paulo que tentei parar pela segunda vez, mas, reconheço, sem o mesmo entusiasmo e decisão que tive na primeira. Não resisti muito tempo. Morava com um amigo que fumava Gudang verde e me via quase que diariamente dando minhas tragadas em seus cigarros. Daí para o Bali Hai e outros cigarros que me mantinham no vício, embora psicologicamente fossem diferentes para mim. Mas não deu certo e voltei para o tabaco normal, pelo menos era mais barato. E agora estou de volta ao Rio, iniciando mais uma tentativa de largar o tabaco. Estou decidido, mas confesso que me assusta e amedronta não ter nunca mais a companhia do cigarro. A fissura é impressionante. Mas estou convencido que, para mim, a única terapia útil é esta: abstinência total e não dar mais tragadas em nenhum cigarro. Eu já percebi, após muito tempo, que não consigo ser um fumante moderado: sou dependente total, fumante inveterado. Portanto, é IMPOSSÍVEL existir meio-termo. Espero, em breve, considerar-me ex-fumante. Por enquanto, sigo conselhos e digo: hoje não quero fumar! Em breve voltarei com relatos das primeiras horas da fissura.

quarta-feira, julho 16, 2008

Primeiro Dia

Comecei hoje, dia 16 de julho de 2008, à 1h da manhã. Vivi o o último dia com cigarro (15/07). Espero ter dormido esta noite para hoje iniciar uma outra fase da minha vida. Fiquei no escritório quase o dia inteiro. Quando saí, comprei um Free a varejo em uma banca de jornal da Praça XV. Fumei meio cigarro, não contabilizado no meu fumômetro do blog, e joguei fora o resto. Espero que seja o último. Espero ter forças para conseguir parar de vez!